quarta-feira, 25 de março de 2020

Entrega de delivery de supermercado pode demorar 15 dias

Em pânico por conta do avanço do coronavírus, muitos consumidores estão buscando como alternativa o delivery dos supermercados na compra de alimentos e bebidas. O aumento na demanda causa um alongamento no prazo de entregas, que chegam a 15 dias.

É o exemplo do Carrefour e Pão de Açúcar, duas das maiores redes do país, além do Rappi, aplicativo de entregas.

Relatos de consumidores apontam que um pedido feito pelo site do Pão de Açúcar feito pelo site no dia 21 tinha entrega prevista para o dia 4 em São Paulo.  No Carrefour, pedido feito no domingo (22) em São Paulo estava previsto para chegar na sexta-feira (27). Posteriormente, o cliente do Carrefour recebeu um e-mail apontando que a entrega poderia atrasar, sem especificar datas.

Até pelo Rappi, que costuma ser uma alternativa mais rápida aos e-commerces de supermercados, consumidores apontam que entregas no mesmo dia em alguns estabelecimentos em São Paulo estão disponíveis apenas para pedidos pequenos. Caso a compra seja de oito itens ou mais, o prazo aumenta para quatro a cinco dias. Há também relatos de bugs para finalizar pedidos pelo app.

Esse cenário exige maior planejamento nas compras, principalmente para os grupos de risco, como idosos e doenças preexistentes, e também para aquelas com mobilidade reduzida.

Posicionamentos

Segundo nota da Associação Brasileira dos Supermercados (ABRAS), por ser um canal ainda em evolução no Brasil, o delivery dos supermercados está encontrando dificuldades, principalmente por conta do aumento da demanda. “Esse canal não era o mais utilizado pelas pessoas para o abastecimento e encontra dificuldades em se adaptar nesse primeiro momento, devido à mudança rápida no hábito de consumo da população, que tem priorizado a alimentação dentro do lar”.

A associação informa que o segmento está se preparando para atender à demanda a partir do aumento no abastecimento e ampliação de centros de distribuição.

Procurado, o Carrefour diz em nota que, nos últimos dias, notou um aumento significativo no número de pedidos feitos via e-commerce. “Com a alta demanda em um cenário de exceção, como este que estamos passando, é natural que o tempo de entrega acabe se estendendo um pouco, porém, estamos trabalhando para que o impacto nos pedidos e experiência dos nossos clientes seja o menor possível”.

A rede de supermercados afirma que está contratando novos colaboradores para poder atender melhor os consumidores e aumentar a capacidade de entrega da área.

O Grupo Pão de Açúcar aponta que o sistema está recebendo pedidos normalmente e as entregas estão sendo realizadas de acordo com a disponibilidade de datas informadas no momento da compra. “O Pão de Açúcar e o Extra estão trabalhando na máxima capacidade para que os clientes possam comprar o que precisar, quando precisar e pelo canal que escolher”.

A rede também informa que as bandeiras investiram na contratação de colaboradores temporários para as lojas e reforço no time de e-commerce alimentar. A entrega está sendo priorizada para clientes em grupos de risco, como idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

Já o posicionamento do Rappi é de que há um aumento no tempo de espera devido a alta demanda. “Queremos pedir paciência aos nossos usuários, pois estamos trabalhando continuamente para oferecer o melhor serviço possível, em conjunto com toda a cadeia. Atender a essa demanda é uma das nossas maiores prioridades”.

Lojas físicas

Alternativa mais rápida do que o delivery, mas com maior risco de contágio, especialmente grupos de risco, também enfrenta demora no atendimento.

No final de semana, consumidores relatam espera de até 1h30 em hipermercados de São Paulo. No atacado Assaí, grandes filas podiam ser vistas.

Mas, segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), nesta terça-feira (24) o movimento nas unidades caiu pelo segundo dia consecutivo, em comparação com a quinta-feira, sexta-feira e com o fim de semana, o que deve diminuir o tempo de espera em filas. ]

Na segunda-feira (23) o movimento caiu pela metade, em comparação com o final de semana. Contudo, o movimento aumentou 24,8% quando comparado com o dia 24 de fevereiro, também uma segunda-feira.

Sobre a demora de atendimento das lojas físicas, a ABRAS afirma que isso não tem acontecido na maioria das lojas do Brasil. “Após o grande movimento nos supermercados na semana passada, essa semana iniciou com tendência de estabilidade, e é a expectativa para as próximas semanas”.

A associação diz ter realizado uma pesquisa na segunda-feira e quase todos os supermercadistas entrevistados ressaltaram a volta da normalidade no movimento das redes.

Este artigo foi publicado primeiro no site https://https://exame.abril.com.br/


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