quinta-feira, 19 de março de 2020

Agarrem-se aos seus ativos

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Dirijo-me aos que permanecem investidos em ações, que acredito serem a imensa maioria dos que entraram no mercado nos últimos 18 meses.

Começo repetindo uma frase que ouvi ontem de um colega investidor, que reputo ser uma das cabeças privilegiadas do mercado: “Agarrem-se aos seus ativos porque o barco vai chacoalhar, e muito”.

É incontável o número de crises que já vivi, e também a natureza delas.

A primeira notícia boa é que eu me lembro muito pouco de cada uma delas (minha mulher diz que o problema é que não tenho memória!). Mas acho que isso se deve ao fato de que, invariavelmente, o final foi feliz.

Como na peça de William Shakespeare, All’s Well That Ends Well.

O principal diferencial que vejo nesta crise é a velocidade com que se implantou, reproduzida nas quedas do mercado de capitais. Jamais o preço das ações caiu tão rapidamente, ainda que as baixas tenham sido entrecortadas por dias de forte recuperação.

Esse último aspecto é, a meu ver, característico das personalidades maníaco-depressivas que estão moldando nosso comportamento.

A velocidade acentuada é um grande chamamento à intervenção do Estado, que vem de uma experiência muito bem sucedida de “quantitative easing” na política monetária.

Fazer jorrar dinheiro fez com que a crise de 2008 tivesse uma saída rápida e quase indolor.

Já estamos vendo que os estados estão se mobilizando para injetar rios de dinheiro nas respectivas economias.

Não me entendam mal, porque eu tenho convicção de que é papel do Estado intervir nesses momentos – é muito importante que o faça. A exemplo de Keynes, que sugeriu que o Estado contratasse um grupo para cavar buracos e outro grupo para tapar os mesmos buracos, como forma de animar a economia.

O problema dessa vez é que existe a perspectiva de que o Estado comece a comprar os ativos depreciados, como forma de sustentá-los.

Como sabemos que nos períodos pós-crise (acredite, haverá um) e com excesso de liquidez haverá uma enorme demanda por ativos (contrário do que vimos no passado em que a inflação aconteceu nos produtos anulando a liquidez), esse é o fundamento da recomendação de “agarrem-se a seus ativos”.

Óbvio, os que puderem comprem mais. No longo prazo é pule de dez!

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