quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Itaú planeja oferecer investimentos por no máximo R$ 1 mil

São Paulo – O pequeno investidor está se sofisticando de maneira rápida. E o Itaú corre para se adaptar a essa mudança. Segundos executivos do banco, o maior acesso à informação e busca por maiores retornos é um caminho sem volta, ainda que a taxa Selic volte a aumentar um pouco.

Diante desse cenário, incentivado pela taxa de juros na mínima histórica, que favorece a diversificação dos investimentos, e de uma maior concorrência das casas e plataformas independentes, o banco busca se aproximar mais desse investidor reduzindo custos, oferecendo atendimento diferenciado e produtos melhores.

As taxas de administração de fundos já foram reduzidas no banco, e partem hoje de 0,30%. O tíquete inicial para aplicar em produtos, atualmente, já chega, no máximo, a 5 mil reais. O objetivo é reduzir ainda mais, e tornar 1 mil reais o tíquete máximo oferecido para investir no banco. “Se pudéssemos, a gente zerava o tíquete mínimo. Mas temos limitações operacionais”, disse Pedro Sánches, .

Para abaixo do tíquete de 1 mil reais, o banco lançou recentemente a “Carteira Itaú”, fundo que reúne toda a recomendação mensal de investimentos, comum no private, no qual agora é possível investir a partir de 1 real. Compõem o portfólio fundos de outras instituições e até ativos internacionais, como ações da Europa, Japão, títulos de dívida americanos, entre outros. A taxa de administração cobrada é de 0,9%. Desde 1º de janeiro o produto financeiro já captou 2 bilhões de reais. Destinado a investidores arrojados, a expectativa é que renda 180% do CDI no primeiro ano.

Produtos multigestor, como a “Carteira Itaú”. será o foco do banco para esse ano. “É algo interessante para oferecer aos pequenos investidores agora, e pode ser explicado como uma curadoria de aplicações. O processo de investimento é simples”, diz Bruno. Os produtos multigestores foram os que mais captaram no ano passado. Os principais produtos renderam cerca de 125% do CDI no ano.

O banco de investimentos também se esforça para ampliar sua oferta de produtos de terceiros. O processo se iniciou há cerca de três anos e já soma 55 bilhões de reais aplicados em fundos de terceiro. No ano passado, das 30 ofertas de investimentos alternativos que fez a clientes, 80% delas foram de terceiros.

Outra aposta é aumentar no portfólio os tipos de fundos de fundos oferecidas a clientes. A área está olhando para pelo menos 10 opções, incluindo fundos de venture capital, private equity e fundos imobiliários. “O cliente está abrindo mão da liquidez, e optando por não resgatar o dinheiro por oito ou 10 anos”, diz Bruno.

Pedro diz também que houve um “aumento significativo” de consultores de investimentos na rede. “Percebemos que os investidores que têm mais informações não querem mais falar com o gerente. E acreditamos que isso não seja mesmo necessário. Ele busca um profissional mais especializado”. O banco trabalha com um processo de recomendação centralizado, que é baseado no perfil do cliente e seu grau de aceitação de risco.

Para 2020, o grande investimento do banco é o aprimoramento de sua plataforma digital. “Queremos dar um grande salto na interface e incluir ferramentas necessárias para o processo de investimento”.

Desempenho

Assim como praticamente todo o mercado financeiro o private do Itaú também surfou na onda dos juros na mínima histórica em 2019. A captação do banco de investimentos cresceu 25%, atingindo 41 bilhões de reais. E o início do ano não está sendo diferente: até fevereiro, o banco já captou 10 bilhões de reais. A projeção é terminar o ano com 50 bilhões de reais.

Os destaques foram fundos multimercados e fundos de ações, que dominaram as escolhas dos investidores ao lado dos fundos imobiliários. O retorno médio da carteira dos clientes private do banco ficaram em 15%. Atualmente, no segmento, o banco atende 8 mil famílias brasileiras, e mil famílias hispânicas, concentradas no Chile.

Há ainda uma relutância para diversificação no exterior com o nível de câmbio atual. Mas já há uma disposição maior em aplicar lá fora do que no passado. “No ano passado os clientes costumavam dizer que só aplicariam no exterior com o dólar a 3,80 reais. Agora aceitam investir por 4 reais, mas o dólar está escapando, adiando essa decisão”, diz Severiano.

Este artigo foi publicado primeiro no site https://https://exame.abril.com.br/


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